A Noiva Mariana

Rumo à vida adulta. Rumo à Felicidade desejada. A Noiva "Mariana" vai casar com o "Mário" em 08 de Setembro de 2007... Mal posso esperar...

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terça-feira, agosto 29, 2006

O anel de noivado

Qualquer mulher sonha com um pedido de casamento com pompa e circunstância. Daqueles que dão direito a faixa no IC19 a dizer "Amo-te Manela" ou "Tita: És tudo para mim". Ou então com um jantar romântico à luz das velas, com um avião a esvoaçar com uma faixa a dizer em caracteres a bold: "Amo-te Maria Francisca! Casas cmg?" (o comigo tem de ser abreviado porque não cabia na faixa... e ou era o nome da namorada ou o comigo do namorado). Ou então um pedido feito no meio de Paris à noite, com um feixe de luz a projectar sobre a Torre Eiffel a pergunta: "Sylvie: Voulez vous marier avec moi?". Ou então... Bem... devem haver tantas maneiras originais de pedir alguém em casamento que o meu namorado, agora meu noivo (oficial), resolveu seguir os trâmites mais directos para a coisa: abre a porta do armário do quarto e sem mais demora, dá-me uma ciaxinha para as mãos, tira-me a caixinha das mãos, desembrulha a dita e pergunta: "Queres casar comigo?" Assim mesmo. Sem mais delongas. Sem rodeios ou paninhos quentes... ou purpurinas a abrilhantar o momento.

Perguntei-me naquele instante: "Que é da minha faixa no IC19??? Que é do avião a desenhar corações no ar?? Onde estão os violinistas e as velas a derreterem cera vermelha, marca do nosso amor eterno?"

Mas aí, e perante o ar consternado dele (já depois de eu ter dito o sim), ao ver o meu ar de... "é só isto", foi quando que me atingiu em cheio: as mulheres precisam fazer check lists sobre as coisas que são realmente importantes para elas, para darem aos seus namorados/noivos/maridos para cumprir. Para evitar futuros derramamentos de sangue ou lágrimas. O mesmo é dizer frustrações de sonhos de menina.

Na sua inocência, e tremendo nervosismo, o meu Mário (que viu sites infindáveis de joalharias, que namorou montras e montras de ourives, que se afogueou para descobrir o número do diâmetro do meu dedinho anelar) acabou por acelerar um processo para o qual andou a preparar-se durante tempos e tempos. Ele que morria de medo que eu não gostasse do anel, esgotou todo o processo na entrega do mesmo, contando que isso preenchesse os meus, sempre altamente exigentes, sentidos de satisfação. Mas perante a ternura com que me disse: "Sabes o que tem o dia 24 de Agosto de especial?" e quando eu acenei que não, com que correu a por-me a resposta diante dos olhos (ainda que a resposta me boiasse no dedo respectivo) não resisti a consolar o seu desânimo pela minha morna reacção. Eu que esperava fanfarras, eu que esperava Moet et Chandon, eu que queria ao menos ter ido à minha esteticista fazer a manicure, tive de envergar um anel largo e que tinha sido só mesmo embrulhado pela caixa a sorrir. A sorrir para ele. Que mesmo quando não me deslumbra, me consegue enternecer.

Porque perceber que as nossas sensibilidades são tão díspares quanto as localizações geográficas das nossas famílias (Mário: Trás-os-Montes; Mariana: Algarve), só me faz achar que este príncipe encantado às vezes ainda deixa escapar um doce coachar, que só o faz ainda mais encantador aos meus olhos.

O anel largo foi prontamente trocado num grande shopping da Linha, na mesma noite em que foi ofertado. O pedido foi aceite, na hora, de coração. Num sim que já tinha sido dito tantas e tantas vezes oficiosamente. Pois se eu já me tinha auto-intitulado "A Noiva Mariana" ainda antes de o ser. Agora sim: sou-o de corpo, alma e Anel. O anel da discórdia de sensibilidades. E que lindo é ele. No formato de uma aliança tem a preserverança do ouro amarelo, o brilho do ouro branco e a pureza dos diamantes. Tal como o nosso amor.

Amo-te Mário. Com Pompa... Sem Pompa... E em Qualquer Circunstância!!!!

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